Turismo Inclusivo

O turismo inclusivo, também denominado turismo adaptado e turismo acessível, visa a inclusão de pessoas com diferentes deficiências ou necessidades especiais nos produtos e serviços turísticos oferecidos no mercado, como hotelaria, atrações e transporte. 

Turismo Inclusivo. 

O turismo de inclusão se torna necessário para acompanhar toda essa demanda, que não é pouca: estima-se que há 650 milhões de pessoas no mundo com algum tipo de deficiência. E adaptação continua sendo essencial. Muitos lugares até contam com acessibilidade, mas carecem de entretenimento adaptado para as diversas limitações, para que realmente ninguém fique de fora da diversão. Não basta um museu ou um parque terem rampas de acesso; são necessários recursos como galerias táteis, jardins sensoriais e aparelhos adaptados para pessoas com necessidades especiais, por exemplo, de modo que todos possam usufruir das atividades de lazer. 

Turismo Acessível. 

Esse conceito envolve um conjunto de medidas para ajudar os turistas que apresentam necessidades especiais. Veja abaixo alguns níveis de deficiência física e intelectual. 

• Nível mental: afeta as atividades linguísticas, cognitivas e perceptivas; 
• Nível motor: incapacidade motora e física; 
• Nível auditivo: deficiência total ou parcial na audição; 
• Nível da visão: baixa visão ou cegueira. 

Entre os viajantes que também podem precisar de cuidados especiais quanto à acessibilidade, estão as grávidas, obesos, os com mobilidade reduzida e idosos. Para todas essas pessoas, há destinos específicos que oferecem facilidades no deslocamento e na apreciação do passeio. Para a aplicação das medidas, é necessária a participação dos diferentes componentes do setor turístico. Estabelecimentos privados de hospedagens - hotéis, pousadas, hostels e afins, podem optar pelo investimento, ou não, no ambiente adaptado. Os reparos incluem alterações em desníveis nas entradas e no pequeno degrau que afasta a calçada da porta de acesso. Outro procedimento busca evitar carpetes felpudos com o objetivo de não causar transtornos aos hóspedes de movimentação limitada. Construção de rampas e elevadores também facilita a locomoção pelas dependências do local. Caso haja jardim na hospedagem para entretenimento dos clientes, não é indicado que ele tenha piso de paralelepípedos ou de pedras. A disposição dos móveis do quarto é outro fator que precisa de atenção. Ela deve permitir que haja espaço para a circulação da cadeira de rodas. As maçanetas devem ter o mesmo formato de alavanca e um espaço de 60 cm para que o cadeirante consiga atender à porta. Da mesma maneira, os banheiros devem ter cabines adaptadas e o sanitário na parede menor. As barras de apoio devem estar próximo ao vaso. As pias, suspensas a 80 cm do piso e os espelhos inclinados. Além das medidas quanto à adaptação da estrutura, os funcionários devem receber treinamento para o atendimento adequado aos turistas. A capacitação dos colaboradores inclui lições sobre como operar equipamentos e cursos de linguagem de sinais. Também é importante orientar camareiras a deixar cobertores e toalhas a uma altura fácil de serem pegas, entre outras atitudes. As agências de turismo apresentam pacotes de viagem conforme as necessidades de cada pessoa. As medidas envolvem, como exemplos, atendimento em centros de informações turísticas em Libras e guias com habilidades para acompanhamento do deficiente visual. Quanto à infraestrutura pública, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) determina regras de adaptação dos pontos turísticos. O objetivo é facilitar o acesso do visitante aos monumentos, espaços públicos, museus e parques. 

Turismo Adaptado. 

É um conceito que promove a inclusão de pessoas com qualquer tipo de deficiência ou limitação física na atividade turística, seja um cadeirante ou portador de outra limitação motora, sensorial, intelectual, incluindo também pessoas obesas, amputados ou com idade avançada. A primeira oportunidade de manifestação do turismo para deficientes, aconteceu nas Filipinas em 27/9/1980, na Declaração de Manila, sobre o turismo mundial exposto pela Organização Mundial do Turismo (OMT), onde, pela primeira vez, foi associado o turismo à acessibilidade. A partir desta declaração foi reconhecido o direito de acessibilidade turística e recomendado aos estados-membros a regulamentação dos serviços turísticos. Essas recomendações foram apresentadas no documento: "Para um turismo acessível aos inválidos nos anos 90", aprovado na assembleia de Buenos Aires em 1990. Mais tarde, um grupo de especialistas britânicos em turismo e em deficientes, produziu o relatório "Turismo para Todos", onde aparece o conceito de "turismo acessível", com base nos processos descritos da Declaração de Manila. A partir dos anos 90, começaram a surgir várias discussões sobre a inclusão social e acessibilidade, criando conceitos e técnicas diante do amadurecimento do conceito de sustentabilidade na atividade turística. Na Argentina em 1987, turismo e acessibilidade são postos em prática, dando lugar ao Turismo Adaptado, que inclui, não apenas pessoas com deficiência física, mas também gestantes, idosos, obesos, crianças, pais com carrinho de bebês, e outros, incluindo pessoas com as mais diversas formas de mobilidade reduzida, permanente ou temporária. No Brasil, a Constituição Federal, no seu artigo 5, garante que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Aqui entende-se necessário que a atividade turística deva adequar-se para que todos possam ter acesso e poder viajar com segurança e autonomia. No mundo, a atividade também é entendida como uma oportunidade de negócio para um público segmentado, surgindo excursões exclusivas para pessoas portadoras de necessidades especiais e agências de viagens especializadas.